Citânia de Santa Luzia

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Localiza-se no Monte de Santa Luzia, na freguesia de Santa Maria Maior, na cidade, concelho e distrito de Viana do Castelo, Norte de Portugal
 
A Citânia impõe-se estrategicamente na paisagem pela sua localização destacada, e a área do povoado corresponde a cerca de um terço do que seria a sua verdadeira dimensão.

A Citânia de Santa Luzia está delimitada por três linhas de muralha complementadas por torreões e dois fossos.

A distribuição das estruturas permite aferir momentos distintos de ocupação podendo enquadrar a reestruturação do espaço entre o séc. I a.C. e o séc. I d.C.

A Citânia de Santa Luzia conhecida por “Cidade Velha de Santa Luzia”, e o registo da existência destas ruínas reporta-se ao século XVII.

No ano de 1876 realizaram-se as primeiras escavações na área por iniciativa de J. Possidónio N. da Silva (1806-1896) presidente da Real Associação dos Architectos Civis e Archeólogos Portugueses, mas a maior parte das estruturas actualmente visíveis se deve à intervenção do investigador bracarense Albano Belino realizada em 1902.

No encontra-se a descoberto apenas um terço da área total abrangida originalmente pela Citânia, uma vez que uma parte significativa se perdeu na sequência da edificação do Hotel de Santa Luzia e respetivas vias de acesso.

A Citânia de Santa Luzia apresenta uma preocupação vincadamente defensiva, e daí a presença de três linhas de muralhas servidas por um caminho de ronda e reforçadas por fortes torreões de dois fossos a cujo topo se acedia através de uma escadaria ainda visível na face interna do muralhado.

A Citânia de Santa Luzia é um notável exemplar dos povoados fortificados existentes no Noroeste Peninsular, tanto pela sua dimensão como pelo planeamento urbanístico, tipologia construtiva e carácter defensivo.

O povoado castrejo situado na coroa do Monte de Santa Luzia, num local geograficamente estratégico de onde se domina toda a área envolvente desde o estuário e foz do Rio Lima até à zona costeira atlântica evidencia uma ocupação contínua entre os períodos da Idade do Ferro e Romanização.

O povoado caracterizava-se por estruturas habitacionais em quarteirões separados por muros e áreas de circulação bastante demarcados, as habitações apresentam planta circular, elíptica, e menos frequente a retangular com ou sem vestíbulo.

As entradas destas casas encontram-se maioritariamente orientadas no sentido Sudoeste-Sudeste coincidindo com a pendente geral do terreno onde se encontra implantado o povoado por forma a abrigar as habitações das águas pluviais e dos ventos de nortada.

No aspecto interior das casas para além da incontornável lareira, constata-se que o piso é constituído pelo próprio solo natural, aproveitando-se por vezes as rochas existentes na cumeeira, e menos frequente será a construção de um piso interior composto de terra argilosa batida ou saibro.

A Citânia de Santa Luzia apresenta uma preocupação vincadamente defensiva, e daí a presença de três linhas de muralhas servidas por um caminho de ronda, e reforçadas por fortes torreões de dois fossos a cujo topo se acedia através de uma escadaria ainda visível na face interna do muralhado.

A eleição deste local para uma tão duradoura ocupação explica-se por ser uma zona particularmente favorável à prática de atividades agropecuárias, de recoleção e ao aproveitamento dos diversos recursos fluviais e marítimos conduzindo a atividades quotidianas e hábitos alimentares muito específicos como: o fabrico de utensílios de trabalho surgindo a cerâmica, a metalurgia e a tecelagem.