A freguesia de Soajo situando-se em plena área montanhosa do Alto Minho constitui uma das principais portas de entrada do País pela fronteira orensana da Galiza que é limitada pelo rio Castro Laboreiro.
O seu território tem uma área de 59,1 km2 a Norte com as Freguesias de Gavieira, Cabreiro (Arcos de Valdevez) e Castro Laboreiro (Melgaço), a Este com Espanha, a Sul Freguesias de Lindoso, Britelo (Ponte da Barca) e Ermelo (Arcos de Valdevez), a Oeste Freguesias de Gondoriz, Cabana Maior e Vale (Arcos de Valdevez).
Soajo tem uma relativa proximidade de centros urbanos como Viana do Castelo, Braga e Porto que distam respectivamente 40 km, 35 km e 90 km de Arcos de Valdevez.
Soajo é uma freguesia que foi classificada como área predominantemente rural e composta por muitos lugares que podem ser agrupados de acordo com o distanciamento ao “núcleo” central.
Assim, próximos deste “núcleo”, encontram-se os lugares de Bairros, Carreiras, Costa Velha, Cruzeiros, Eiró, Fraga da Mó, Lage, Raposeira , Rio Bom, Teso, Torre, Coucieiro, Fontelas, Veiga e Aqui Del Rei;
Afastados do “núcleo” central estão Adrão, Cunhas, Paradela, Várzea, Vilar de Suente, Vilarinho das Quartas e Campo Grande.
A área da Freguesia apresenta declives acentuados existindo pequenas manchas de baixo declive onde os solos existentes têm maior aptidão agrícola, uma rede hidrológica intensa, caracterizada pela existência de várias linhas de água que constituem afluentes do rio Lima.
Na região de Soajo destaca-se o Santuário Rupestre do Gião, a Serra do Soajo e as inúmeras Antas e Mamoas são alguns dos inúmeros marcos documentais.
O primeiro documento escrito data de 950 e refere a partilha de bens entre a Condessa Mumadona Dias e os seus descendentes.
A Municipalidade de Soajo é mencionada nas Inquirições Gerais de 1258, ordenadas por D. Afonso III, o Rol dos Besteiros datado do reinado de D. Afonso III ou D. Dinis faz referência ao Julgado de Soajo.
Na Chancelaria de D. Dinis (1279-1325) na Torre do Tombo encontra-se o documento respeitante a solução de em pleito ocorrido no Município de Soajo.
No início do reinado de D. João I (1383-1433), o abade da Freguesia de Ermelo, então Município de Soajo, dirige-se ao rei afirmando: «O Mosteiro de Ermelo foi mandado construir por D. Teresa, no Julgado de Soajo.
No ano de 1401, D. João I interditou os nobres em obediência do que vinha de antigamente, de viverem na terra e no Julgado de Soajo a pedido dos vereadores da Câmara Municipal de Soajo.
No ano de 1456, o Concelho de Soajo toma posição sobre matéria referente à tributação de bens comercializados na feira de Valdevez.
Nos arquivos históricos da aldeia do Soajo, a sua fundação remonta ao século I, mas só em Outubro de 1514 obteve o Foral de D. Manuel I (1495-1521) e nessa altura o Concelho de Soajo abrangia as Freguesias de Ermelo e Gavieira.
Soajo foi vila e sede de concelho entre 1514 e meados do século XIX e era constituído pelas freguesias de Ermelo, Gavieira e Soajo.
Nas guerras da Restauração os povos do Concelho de Soajo tomaram parte activa junto ao Castelo de Lindos, batendo-se heroicamente pela Restauração da segunda independência de Portugal, conforme documento publicado em Subsídios para a História da Terra da Nóbrega e Concelho de Ponte da Barca, da autoria do Professor Avelino de Jesus Costa.
O conjunto orográfico na região nordeste entre os rios Minho e Lima foi particularmente acarinhado pelos primeiros reis de Portugal, pois nele foi instituída uma das primeiras montarias de Portugal.
A Montaria real foi criada sobre esta Serra e nela se exerce jurisdição até ao ano de 1831, pelo Monteiro-Mor, coadjuvado pelos Monteiros-Menores.
A área durante muitos séculos foi protegida nas suas vertentes de fauna e flora, pela gestão e fiscalização superior do representante régio que era o Monteiro-Mor.
Até 1861, data da publicação da Carta Entre Douro e Minho do General Nicolau Traut, o espaço montanhoso foi denominado por Serra de Soajo e a principal atividade dos habitantes da região era a caça designados por “monteiros” e as principais espécies capturadas eram ursos, javalis, cabras-bravas, lobos e raposas.
Nos documentos existentes na Torre do Tombo constata-se que os Monteiros do Soajo gozavam de privilégios ímpares relativamente às demais Coutadas e Montarias Reais em virtude da sua situação estratégica e suas belezas naturais.
Os documentos datados do início do século XVII referem já Soajo como Vila, admitindo-se que essa categoria resulta da ereção do Pelourinho segundo norma existente na chancelaria de D. Afonso V.
A Freguesia inserindo-se numa região caracteristicamente rústica, as suas ruas pavimentadas com lajes de granito e casas construídas com blocos de granito ainda constituem uma realidade em Soajo.
A vida em comunidade sempre foi muito importante nesta aldeia até há cerca de um século e Soajo tinha um juiz eleito pelo povo.
No ano de 1801 tinha 2054 habitantes e em 1849 tinha 3159 habitantes e foi re-elevada à categoria de Vila em 12 de Junho de 2009.