O Museu Dr. Joaquim Manso localizado no Sítio visa representar a identidade histórico-cultural da região da Nazaré, com incidência na cultura do mar.
O edifício foi aberto ao público em 1976 e está instalado na antiga casa de férias do Dr. Joaquim Manso, escritor e jornalista fundador do “Diário de Lisboa” e doado ao Estado em pelo benemérito nazareno Amadeu Gaudêncio (1968).
Na proximidade, o majestoso Promontório sobranceiro ao mar e o conjunto monumental religioso da Ermida da Memória e Santuário de Nossa Senhora da Nazaré.
Os testemunhos milenares e históricos da presença humana nesta costa: a história da vila, o culto de “Nossa Senhora da Nazaré”, as embarcações e as artes de pesca, o trabalho e a festa, trajes tradicionais são temas que compõem o percurso expositivo incidente na identidade da região e na sua íntima relação com o mar.
A Pintura e fotografia de Álvaro Laborinho documentam momentos da vida quotidiana desta vila piscatória.
O percurso expositivo inicia-se com vestígios materiais dos tempos pré-históricos (Paleolítico, Neolítico, Idades do Bronze e do Ferro), da Época Romana e do período Paleo-Cristão.
A este ilustrado nomeadamente por elementos arquitetónicos da Igreja de S. Gião (atribuída ao séc. VII), uma escultura de S. Sebastião em pedra calcária dos fins do séc. XV.
A Pederneira primitiva encontram-se referências como uma vila medieval que além de ter recebido Foral de D. Manuel I em 1514, foi também um importante porto e estaleiro naval no tempo das Descobertas.
No Sítio em Nazaré evidencia-se a iconografia do Milagre de Nossa Senhora de Nazaré que segundo a lenda teria salvo o cavaleiro D. Fuas Roupinho de cair no mar quando perseguia um veado em dia de nevoeiro.
O Museu apresenta a temática da etnografia marítima destacando-se um conjunto de miniaturas de embarcações tradicionais da Nazaré, pinturas e esculturas sobre a vila e as suas gentes, que tantos artistas atraíram incluindo também fotografias de Álvaro Laborinho (1879-1970) da primeira metade do século XX.
Neste espaço fala-se do traje tradicional da Nazaré na vertente de trabalho, festa e luto, com particular relevo para os padrões dos tecidos, riqueza decorativa e uso de várias saias pelas mulheres.
No jardim distribuem-se apetrechos ligados ao mar e embarcações tradicionais da Nazaré.
Pequeno núcleo museológico de embarcações tradicionais de pesca, de socorro em tamanho real que funcionavam noutros tempos na Praia da Nazaré.
A exposição de embarcações antigas no areal da praia da Nazaré conta com o “Sol da Vida”, um barco de pesca local que se junta aos de “N. S. dos Aflitos”, "Perdido”, "Vagos", " Ilda”, "Mimosa” e "Três Irmãos Leais”.
Em algumas décadas este barco praticou várias artes de pesca no mar da Nazaré com aparelho de anzol, tresmalho, redes de cerco e alcatruzes para o qual foi devidamente concebido.
O barco “Sol da Vida” foi construído pelo mestre Fernando de Carvalho Oliveira (1981), e foi cedido pela família do antigo proprietário “José Manuel Limpinho Salsinha” à Câmara Municipal passando a ser um testemunho vivo da extraordinária riqueza da arte naval.