Monumento ao Torneio

O chamado Torneio de Arcos de Valdevez, também conhecido como Recontro de Valdevez, Bafordo de Valdevez ou Veiga da matança, é um decisivo episódio da História de Portugal ligado à fundação da nacionalidade

O episódio teve lugar em 1140 no Vale do Vez (tributário do rio Lima) em Arcos de Valdevez, quando D. Afonso Henriques após a vitória na batalha de Ourique (1139) rompeu a paz de Tui (1137) assinada com seu primo, o Imperador Afonso VII de Leão e Castela, e invadiu a Galiza conquistando alguns castelos sob protetorado do monarca leonês.

As forças imperiais em maior número entraram em terras portucalenses arrasando os castelos à sua passagem descendo as montanhas do Soajo em direção a Valdevez.

Nos Arcos de Valdevez, no Campo do Trasladário existe um monumento equestre fundido em bronze que recorda o episódio histórico, da autoria do escultor José Rodrigues, uma das mais notáveis produções escultóricas do artista desaparecido em 2016.

Na primavera de 1141, os exércitos de Afonso Henriques e Afonso VII de Castela e Leão encontram-se no Vale do Vez protagonizando um dos momentos mais marcantes da História nacional: O Recontro de Valdevez.

O momento acabou por ser reduzido a um “bafordo” uma espécie de torneio medieval representativo da destreza dos cavaleiros envolvidos cujo resultado da contenda era aceite por ambas as partes evitando um desnecessário derramamento de sangue.

Os vários cavaleiros de Afonso VII foram capturados pelos inimigos e depois o seu chefe fez as pazes e obteve a benevolência do rei para se poderem voltar contra os Muçulmanos que oprimiam violentamente o Sul do território.

Em Valdevez: os dois primos acordam uma convivência pacífica numa lição inteligente de diplomacia e bom senso, as bases fundamentais para o início da consolidação do futuro reino de Portugal e de união face ao rápido avanço árabe no Sul.

A batalha evitou-se graças à astúcia e à prudência dos Portugueses e à não agressividade de Afonso VII, disposto agora a fazer concessões contanto que seu primo reconhecesse a sua autoridade imperial.

O Monumento ao Torneio de Arcos de Valdevez apresenta 2 cavaleiros em bronze cada um em cima de duas pedras de granito com equipamentos de guerra como armadura, escudo, elmo, espada e em cima de cavalos.

O Torneio de Arcos de Valdevez ou Recontro de Valdevez é um dos momentos marcantes no processo de independência e de fundação de Portugal.

Um Reencontro ou Bafordo é uma espécie de torneio medieval onde cavaleiros de ambas as partes envolvidas mostram as sua destreza lutando entre si e cujo resultado da contenda era normalmente aceite por ambas as partes evitando uma batalha campal com perdas para ambos os lados.

No Recontro de Valdevez, os melhores cavaleiros Portugueses levaram clara vantagem e de acordo com o código dos cavaleiros medievais, vários leoneses ficaram detidos deixando Afonso VII numa posição mais vulnerável.

Afonso VII queria sobretudo evitar qualquer hipótese de crescimento de Portugal para norte pois considerava Galiza parte indispensável de seu império.

Os primos Afonso Henriques de Portugal e Afonso VII chegaram a um acordo e cada um restituiu os castelos conquistados um ao outro.

Afonso Henriques aproveita as boas graças da igreja e por intermédio Dom João Peculiar, o Arcebispo de Braga pede que o Papa Inocêncio aceite a vassalagem para o pagamento de um censo de quatro onças de ouro por ano.

O Arcebispo de Braga fez também com que o Cardeal Guido de Vico presenciasse e mediasse a reunião e conciliação entre Afonso VII e Afonso Henriques para negociação do tratado de Zamora em 1143.

Neste tratado Afonso VII reconhece a soberania Portuguesa aceitando que o Condado Portucalense passasse a ser Reino e que Afonso Henriques seria o seu Rei.

Os historiadores consideram o Torneio de Arcos de Valdevez como um dos passos para independência de Portugal que se viria a consumar em 1143 através do tratado de Zamora e posteriormente da bula papal em 1179.