O Santuário do Senhor Jesus da Pedra (Fora das muralhas de Óbidos) apresenta uma silhueta exterior recortando-se em forma hexagonal coroada por uma grande pirâmide de telha vidrada de verde.
O Santuário do Senhor Jesus da Pedra foi erigido em plena época barroca (1740-1747), mas os pormenores não chegaram a ser terminados, janelas parecem estranhamente invertidas, é dedicado ao Senhor da Pedra e realiza-se a 28 de Maio.
O Santuário do Senhor Jesus da Pedra foi projectado pelo capitão Rodrigo Franco, arquitecto da Mitra Patriarcal.
A obra do santuário está ao nível das maiores construções do seu tempo, inserindo-se no ciclo de grandes obras mecenas de D. Tomás de Almeida, Cardeal Patriarca de Lisboa, e de D. João V, estando presentes influências de Mafra e da igreja lisboeta de Santa Engrácia.
O Senhor Jesus da Pedra é um interessante e singular conjunto barroco constituído pelo santuário de planta centralizada, pelo terreiro envolvente, construções anexas, incluindo um albergue de peregrinos e um chafariz.
O templo possui planta hexagonal inscrita numa circunferência, duas torres sineiras de planta quadrangular, a capela-mor e a sacristia de planta rectangular.
A fachada principal, entre as duas torres, encontra-se voltada para a vila de Óbidos.
O portal é monumental articula-se com um grande janelão em espelho numa tipologia que se repete em todos os vãos principais do edifício: cada janela é composta por um vão duplicado, acima da verga, por outro vão idêntico, mas invertido.
As torres cada uma ocupando o espaço equivalente a um pano do hexágono interior, são rasgadas por arcadas no piso térreo, e por grandes janelas nos dois pisos superiores, as janelas do primeiro piso, à altura do janelão central são de grande aparato com frontões triangulares elevados.
Nas torres deveriam ter sido colocados carrilhões à semelhança dos do Convento de Mafra, mas também estes permanecem inacabados.
A capela-mor é vazada por um eixo central, na cabeceira composto por uma porta alta e esguia em arco redondo encimada por um óculo ovalado, e por um janelão com frontão triangular semelhante aos das torres.
O interior possui planta hexagonal, reproduzida no telhado de seis águas do corpo central, nos lados do hexágono em cada um dos pisos existem corredores de acesso às capelas laterais (no piso térreo) e às tribunas.
A capela-mor guarda o cruzeiro dito milagroso, obra ingénua e de cronologia incerta, numa maquineta no centro do retábulo, onde figura ainda uma tela representando o Calvário, da autoria de André Gonçalves.
No interior existem duas capelas laterais, uma dedicada a Nossa Senhora da Conceição e outra à Morte de São José, da autoria de José da Costa Negreiros.
No templo existem ainda doze esculturas representando os Apóstolos, oito telas, painéis de azulejos (na capela-mor), diversas talhas barrocas, mármores e mobiliário de grande qualidade.
As torres com janelas interiores que abrem para o templo possuem diversas salas.
Até meados do século XX, o pequeno cruzeiro permaneceu numa pequena ermida situada junto do santuário, no terreiro onde se levanta a casa de peregrinos existe um chafariz rococó de espaldar.
A partir de 1762 neste terreiro realiza-se a feira anual de Santa Cruz (a 3 de Maio), no largo do Santuário existe um lindíssimo chafariz azul e branco talhado em linhas barrocas.